Vêm dos tios, dos avós,
em embrulhos coloridos:
são livros e são brinquedos
já há muito prometidos.
.
E nunca mais chega a hora
de serem desembrulhados;
enquanto o momento tarda
há meninos acordados.
.
Ao Natal do presépio
deram os reis os presentes.
Magos, vindos de tão longe,
com túnicas reluzentes.
.
O menino, mal os viu,
logo se pôs a pensar:
“Talvez o melhor presente
seja o amor que vou dar.”
.
Chega embrulhado no sono
o presente mais gostoso:
é o colinho dos pais
abrindo a porta ao repouso.
.
E paira no ar a pergunta
que faz o maior sentido:
para se ter um presente,
há que tê-lo merecido?
.
Seja Jesus ou Pai Natal,
nisto hão de concordar:
o que conta nesta vida
é sabermos partilhar.
José Jorge Letria em O livro do Natal
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