Haverás de bater em minha porta
quando a noite chegar serena, fria,
carregando a paixão pesada e morta,
relembrarás a minha companhia.
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Distante da esperança que conforta,
perto do desengano que crucia,
verás que toda volta à rua é torta,
e a casa encontrarás sempre vazia.
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Tu chorarás ao ver o meu desprezo
sem poder reduzir, sequer, o peso
da cruz que colocaste em minha vida.
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E nessa hora de dor que mortifica,
a poetisa parte… o verso fica
sem ódio, sem rancor, sem despedida…
Sarah Rodrigues