E a mim próprio pergunto: Donde vieste
que nada o coração te prende e atrai
e achas sempre desolante, agreste,
quanto penetre nele ou dele sai?…
.
Qual é o paraíso que perdeste?
Que nostalgia é essa que em ti cai
e não te arranca nunca, acerca deste
abjecto mundo, um passo, um riso, um ai?…
.
Interrogo-me em vão. E não obstante,
tem por certo uma origem remontante
isto que às vezes fala no meu seio,
.
que escrevo às vezes, sem o ter pensado…
Vive dentro de mim um exilado
– e não me diz quem é, nem donde veio!!
Augusto Gil